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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Resenha - O Apanhador no Campo de Centeio

Título: O Apanhador No Campo De Centeio
Autora: J. D. Salinger
Gênero: Romance
Ano de lançamento: 1951

Sinopse: Um garoto americano de 16 anos relata com suas próprias palavras as experiências que ele atravessa durante os tempos de escola e depois. Revela o que se passa em sua cabeça. O que será que um adolescente pensa sobre seus pais, professores e amigos?

Esse livro é bom pra burro! No duro mesmo! Li e curti o troço todo! É com esse vocabulário caulfieldiano que começo a resenha dessa obra que me surpreendeu do começo ao fim. Um daqueles livros que você sabe que existe a trocentos anos e sempre ouve falar bem dele... mas, por sórdidos golpes do destino, acaba não lendo! Foi assim com "O Apanhador". Depois de muito tempo, finalmente li o dito cujo e posso afirmar que o livro é mesmo excelente!

Mesmo tendo sido escrito há mais de meio século, o protagonista Holden Caufield é uma figurinha que nunca ficará ultrapassada. O adolescente rebelde, que não se conforma com alguns fatos da realidade e fica facilmente deprimido. Quem lê, logo se identifica e lembra: putz, eu já fui assim!

Pesquisei mais sobre o livro e descobri uma coisa muito interessante: ele foi o pontapé inicial para o conceito de adolescência. Antes, esta era considerada apenas uma transição da infância à fase adulta, que ninguém reparava muito. Foi assim que J.D. Salinger conseguiu, da melhor forma possível, descrever o que sente um adolescente que é sufocado pelo mundo que o cerca.

O livro é narrado na primeira pessoa de Caulfield, que nos faz trocar de opinião toda hora sobre seu caráter. Uma hora, achamos que ele realmente é injustiçado. De repente, percebemos que ele é um cara mimado que só sabe encher o saco dos outros para não morrer de tédio. E logo nos surpreendemos, quando ele tem gestos de solidariedade com algumas pessoas. Expulso do colégio interno pela terceira vez, Caulfield não tem a mínima vontade de encarar a decepção dos pais. Para adiar tal momento, fica torrando seu dinheiro nas ruas de Nova Iorque e sempre buscando se relacionar com pessoas, que acabam não sendo boas o suficiente para ele. A irmãzinha Phoebe é o porto seguro dele. Só de falar nela, ele nem parece o mesmo revoltado de sempre. De certa forma, parece que ele faz isso para se redimir das burradas que comete, amando demais a irmã enquanto não suporta seus pais e outras pessoas.

Voltando à realidade, outro fato curioso é que o assassino de John Lennon carregava esse livro após cometer o crime, quando foi encontrado pela polícia... e antes, até pediu para o ex-beatle autografar a capa. Outro fã do livro era o cara que tentou atirar no ex-presidente americano Ronald Reagan. Caraca! Esse livro parece inspirar psicopatas hein! Mas fiquem tranquilos que estou longe de ser um rsrs. E se você não tiver nenhum histórico nesse sentido, recomendo (E MUITO) a leitura!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

De olho na telona: Entre Segredos e Mentiras

Entre Segredos e Mentiras - 2010
(All Good Things)
Dirigido por Andrew Jarecki

Muitas vezes uma herança pode se tornar uma verdadeira maldição. É nesse sentido que o filme "Entre Segredos e Mentiras" nos mostra a história de David (Ryan Gosling), um jovem sem grandes ambições, que se casa com Katie (Kirsten Dunst), moça simples que pretende estudar medicina. Juntos, realizam o sonho de David que era conduzir seu próprio negócio, uma loja de produtos naturais. Porém, ele é forçado a aderir a pressão de seu pai, Sanford Marks (Frank Langella), e comandar os negócios milionários de sua família. Daí, se desenrola uma série de fatos decorrentes da tensão entre pai e filho, sendo Katie a principal vítima dessa história toda.

Um drama muito bem elaborado e com uma pitada de suspense. Desde "Um Crime de Mestre" tinha achado Ryan Gosling um ótimo ator e, nesse longa, mais uma vez pude confirmar isso. Já a Kirsten, ainda não tinha me surpreendido como atriz... mas até que não deixou a desejar no papel da sofrida Katie, digo SOFRIDA mesmo. Por David, ela abre mão do próprio sonho de ser mãe e de estudar medicina, apanha, é enganada... por aí vocês vêem que o caráter de David já não é o que aparentava como na descrição que fiz no começo. Quando tudo de ruim já aconteceu com Katie, vem o pior... mas se você quer assistir sem saber o final antes, melhor pular o próximo parágrafo!

O pai de David é o diabo em forma de gente! Claro que os atos insanos do David não são justificáveis, mas em grande parte a criação que o velho deu para ele influenciou sua personalidade, com uma infância traumática e tudo mais. Esse tipo de história já não é novidade na ficção e nem na realidade, tanto que o filme é inspirado na história real de Robert Durst, filho de uma nobre família de Nova Iorque acusado pelo desaparecimento de sua esposa (pronto estraguei o final uehuehuhe). 

Pela atual leva de Hollywood, que tem apresentado filmes de ação com enredos fracos e algumas comédias sem graça, esse filme é uma ótima opção! Mesmo que alguns acontecimentos sejam previsíveis, o ritmo das cenas e os diálogos são muito bons. Além disso conta com a participação pequena, porém como sempre excelente, da atriz Kristen Wiig... bom, sou suspeito pra falar, pq na minha opinião ela é a melhor comediante de Saturday Night Live e tem se mostrado ótima em outros papéis.

Falando nisso, quem é fã do humor nonsense de SNL com certeza irá curtir o filme "MacGruber" (2010) que, pra variar, levou um tosquíssimo nome aqui no Brasil: "Corram que o agente voltou". O filme é baseado no quadro do SNL com esse mesmo nome, uma sátira engraçadíssima do seriado oitentista "MacGyver". A comédia tem várias cenas ótimas, mas todas que contam com a participação da Kristen Wiig são de longe as melhores... ela interpreta a Vicky, que é apaixonada pelo MacGruber e tem o mesmo estilão cafona dele, a la anos 80. Destaque para o método que MacGruber usa para distrair os inimigos, mas isso eu não posso contar... vale mesmo a pena conferir!


quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Resenha - O Natal de Poirot

Título: O Natal de Poirot
Autora: Agatha Christie
Gênero: Romance Policial
Ano de lançamento: 1938

Sinopse: O multi-milionário Simeon Lee convida os membros de sua família para passar o Natal em sua propriedade. Este fato é visto com desconfiança por vários parentes, porque Simeon nunca deu provas de que se importasse com eles. Foram convidados, inclusive, Harry, uma espécie de ovelha negra, e Pilar, uma neta que ninguém conhecia. Na verdade, o objetivo de Simeon é desenvolver um jogo sádico com seus familiares. Porém, um convidado inesperado bate à porta: a Morte. O livro foi dedicado ao cunhado da autora, conhecido apenas como James, que queixava-se de que os assassinatos que ela escrevia estariam ficando muito refinados.

Entediado nesse Natal? Que tal então desvendar um crime? Agatha Christie escreveu "O Natal de Poirot" para resolver seus problemas (e de quebra, te arrumar mais um). Então, se prepare e coloque o sangue frio inglês para correr em suas veias!

Como citado na sinopse, o que impressiona no assassinato é a crueldade com que este foi executado. Em outros livros você encontrará, como o próprio cunhado de Agatha disse, assassinatos mais "refinados" como uma bebida envenenada ou qualquer outro método mais discreto. Mas como esse é um livro que em hipótese alguma pode ter spoiler, deixo para vocês mesmos conferirem.

Como sempre, a autora passa uma impecável descrição dos ambientes, que fazem toda a diferença enquanto investigamos o crime junto a Hercule Poirot. E a descrição dos personagens então? Eu até ria sozinho enquanto lia algumas, como a do filho de Simeon Lee, Alfred, que "tinha a cabeça afundada nos ombros e dava uma curiosa impressão de inércia".

E a vítima, Simeon Lee... o velho era totalmente louco! Mas graças a sua loucura, ele resolveu reunir seus parentes que não se bicam em uma ceia de natal, o que proporciona momentos cômicos e até de déjà vu para quem lê - qualquer semelhança com sua família é mera coincidência. Ah, e vale a pena prestar atenção em uma das personagens mais misteriosas do livro - a jovem Pilar, a neta desconhecida que cai de paraquedas na família e esconde muitos segredos!

Enfim, Agatha nos dá um belo presente de Natal com essa história tão envolvente. Não que seja uma das melhores tramas da autora, como o imbatível "O Caso dos dez negrinhos", mas vale muito a pena acompanhar o detetive belga baixinho em mais esse mistério!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Resenha - Par Perfeito (Killers)

Filme: Par Perfeito
Elenco: Ashton Kutcher, Katherine Heigl, Tom Selleck, Catherine O'Hara, Martin Mull, Katheryn Winnick, Casey Wilson, LeToya Luckett.
Direção: Robert Luketic
Duração: 90 min.
Distribuidora: Imagem Filmes
Ano: 2010
Classificação: **

Eu adoro filmes, td mundo sabe. Romance é o meu gênero preferido, mas, pra falar bem a verdade, eu não dispenso nenhum, exceto pornôs. Vamos assistir a um filme? Vamos.

E depois de ser persuadida pela minha irmã, assisti Par Perfeito, ontem.

Eu particularmente gosto da Katherine Heigl, ela consegue interpretar muito bem papéis dramáticos como em Grey’s Anatomy, seriado em que ela despontou para o público. Depois percebi que ela começou a se enveredar para a comédia . Já assisti Ligeiramente Grávidos e A Verdade Nua e Crua com ela. Filmes de enredo, em minha opinião, fraco e apelativo, mas que arrancam algumas risadas. Acho que ela é até digna de elogios como comediante.

Agora, o que falar de Ashton Kutcher? Eu gosto do seu jeito sarcástico, despojado, charmoso. Adorava o Michael Kelso de That '70s Show. No cinema meu filme preferido com ele, sem dúvida, foi o drama Efeito Borboleta.

Bom, a proposta de Killers foi juntar esses atores versáteis nessa comédia com a seguinte sinopse:

Jen (Katherine Heigl) conhece o homem perfeito. Seu nome é Spencer (Ashton Kutcher), ele é bonitão, educado e inteligente. Mas o que Jen não sabe, é que Spencer ganha a vida como matador de aluguel, contratado pelo governo. Eles vivem o casamento dos sonhos até que em uma bela manhã, o casal descobre que Spencer é o alvo de um golpe milionário. O que parecia ser um Par Perfeito transforma -se num jogo de vida ou morte, enquanto eles tentam lidar com sogros, sogras, casamento, manter as aparências e ainda sobreviver.

Primeiro: Ashton Kutcher mal explorado ou não deu tudo de si. Até na hora de falar Ashton parecia estar com má vontade. Esse personagem com perfil de bom moço não combina com o ator e se vc já assistiu Jogo de amor em Las Vegas ou na verdade qualquer outra comédia com Ashton vai perceber que ser cafajeste e mulherengo parece que faz parte dele (que fama coitado!).

Segundo: Katherine engraçadinha. As cenas em que dei mais risadas certamente foram com Jen que é genuinamente ingênua, sincera e estabanada. Mais sabe quando fica “quase lá”? Quase que as tiradas foram muito engraçadas. Quase.

Terceiro: Que historinha zuada, heim? Ah fala sério. No começo o romance se desenrola rápido demais, durante toda a narrativa o lance de matador profissional de Spencer fica obscuro e ele se tornar alvo de um golpe milionário mais confuso ainda. No final ficou tudo muito mal explicado. Do fundo do meu coração, não quero dar spoiler, mas a história culmina num final mal esclarecido em que todo mundo tenta matar todo mundo e mesmo assim acaba a galera muito amiga, sorrindo e confiante. (!!!)

Acho que o principal problema foi a combinação

roteiro fraco + atores bons, porém sem química = comédia more and less.

Concluo que é a minha opinião sobre o filme. Não tenho problema nenhum com comédias românticas (já li por aí que o gênero do filme é ação. Ahã.), como já falei, eu gosto e assisto, acho que servem perfeitamente pra entreter, relaxar, rir bastante. Mas todo mundo tem direito de expressar sua opinião, né?

Expresse a sua aí também nos comentários e me perdoe por falar mais de filmes do que de livros ultimamente! hauhauhauahuah



segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Selo - Blog de Qualidade \o/


Recebi esse selo da Carol do Open Page! Obrigada Carol! ;)

Regras:
  1. Passar o selo para 10 blogs
  2. Avisar cada blogueiro
  3. Falar 10 coisas sobre você
10 blogs:
  1. Bookaholic Lis
  2. Garota que lê
  3. Blogueiro Leitor
  4. Grintmess
  5. Cantinho da Clara
  6. Book is life
  7. The Coffees and books
  8. It book
  9. Universo Literário
  10. Pensando e Lendo
10 Coisas sobre mim
  1. Eu vou casaaaaaaaaaarrrrrrrrrrrrrrrrrrr uhu! 2011 que me aguarde!
  2. Eu amo ir ao shopping! Logo...
  3. ...eu sou consumista.
  4. Eu sempre corto um pão francês na metade mesmo que eu vá comer o pão inteiro. :P Primeiro eu como uma metade e depois a outra!
  5. Amo um bom filme.
  6. Adoro pizza, como quase todo fds.
  7. Eu sempre ando com uma necessaire na minha bolsa gigante com remédio pra dor de cabeça, band-aid, maquiagem e um par de meias!
  8. Eu sou muito emotiva. Choro com filmes, livros e até comerciais de televisão!
  9. Eu odeio dirigir.
  10. Eu sou a pessoas mais atrasada ever. Estou sempre correndo pra ir trabalhar, pra aniversários, eventos, pra todos os meus compromissos!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Sobre morros, ventos e orgulho

Prepara que o post é grande, mas eu garanto que vale a pena (quanta humildade :P).

Há pelo menos uns dois anos eu assisti Orgulho e Preconceito, de 2005. Achei o filme mais sonso que já tinha visto na vida, Mr. Darcy até era bonitinho, mas sua atração por Keira Knightley (sim eu pensei na atriz, não na personagem, mas não me julgue por isso) era pra mim algo absurdo. Como aquela magrela poderia ficar com um homem como aquele?

Pois bem, essa semana eu li Orgulho e Preconceito de Jane Austen e fiquei inquieta para assistir ao filme novamente que eu nem lembrava mais como era. Achei perfeito, quase chorei. Ok. Exagero um pouco, mas agora mergulhei fundo na história, consegui identificar as falas do livro e reconhecer que tanto Keira Knightley quanto Matthew Macfadyen captam exatamente a essência de Elizabeth e Mr. Darcy. A primeira mais ainda porque Keira não é exatamente a atriz mais linda ever e se encaixa muito bem no perfil físico e emocional que Austen desenha sobre Elizabeth. E como não poderia ser diferente, agora entendo porque Mr. Darcy faz tanto sucesso e entrei para seu fã clube. Ele é marrudo, mal humorado, mas tem um charme irresistível. Homens sérios e bonitões geralmente tem esse poder. Depois de ler o livro e assistir ao filme fiquei imaginando como foi o processo de aproximação dos dois. Porque é engraçado que ambos quase não se falam durante a trama toda. E mesmo assim se apaixonam. Sério, pára e pensa: o livro mostra a história de duas pessoas com personalidades parecidas que antes mesmo de se conhecerem a fundo ou de se falar, se apaixonam, por mais que demorem a admitir seus sentimentos e eu que era bem adepta da teoria “que os opostos se atraem”, comecei a ser mais flexível quanto a isso e parar de ficar julgando os casais à minha volta com pensamentos do tipo: “Eles são idênticos, são orgulhosos. Nenhum deles cede. Isso nunca vai dar certo”. E outra conclusão que cheguei é que o título da obra é perfeito (dãr!) assim como Mr. Darcy. \o/

Parte II (ou eu me contradizendo):

Sobre O morro dos ventos uivantes de Emily Bronte. Eu falei nesse post que ainda não tinha lido esse clássico. Aliás, acredita que eu ainda não tinha lido esses dois livros? Sério pode falar mal de mim. Não sei como passei tanto tempo procurando outros e deixei de ler esses por puro preconceito (ou por trauma de ler clássicos como Iracema {Isso aconteceu na 6ª série e eu não entendi nada do livro :P}).

Agora o foco. O interessante é que nesse caso aconteceu o inverso, no sentido de que eu assisti primeiro ao filme, a adaptação de 2009 para TV com Tom Hardy (que, aliás, está brilhante no papel) e fiquei imensamente curiosa para ler o livro e por incrível que pareça, essa súbita curiosidade nada tem a ver com a série Crepúsculo.
Só que demorei um ano pra ler e depois que li, segundo minha irmã, fiquei alucinada com a história, assisti as outras adaptações de 1939 e 1992 e agora estou pastando pra achar a de 2009 de novo pra assistir essa que a meu ver é a mais fiel.

Tenho que dizer que esse livro é angustiante e melancólico. E por mais que ele seja trágico eu até me emociono de imaginar um amor tão forte assim. E esse lance desse amor intenso ainda acarretar obsessão e quase uma loucura me cativou.

O amor de Heathcliff e Catherine é uma coisa muito doida. Eles se sentem parte um do outro, se conhecem profundamente, cresceram juntos. Só que a frustração de não ter cada um para si causa também causa um ódio nos dois. As provocações de Catherine, suas ofensas contra Heathcliff, seu gênio difícil me irritavam durante a leitura. Por outro lado o monstro que Heathcliff se tornou é quase revoltante. É por isso que Emily Bronte foi um gênio.

Só um comentário comum às duas obras: Céus! Como aqueles tempos deviam ser tediosos! Eu tenho a impressão que ficava todo mundo sentado na sala olhando pro teto no inverno, já que não tinha como sair de casa! Convite para dar uma volta pela sala de estar? Oi?

Fica o recado da titia: não faça como eu. Não deixe de ler livros clássicos só porque você não teve boas experiências, principalmente, com a linguagem difícil que eles costumam apresentar. Conhecer palavras novas vai enriquecer seu vocabulário. Além do mais, você não sabe o que está perdendo.