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terça-feira, 29 de março de 2011

Resenha - Os homens que não amavam as mulheres

Livro: Os homens que não amavam as mulheres (the girl with de dragon tattoo)

Autor: Stieg Larsson

Ano: 2005

Sinopse: Suécia, tempos atuais. O jornalista Mikael Blomkvist é acusado de difamação ao publicar uma matéria sobre o magnata Wennerström na revista Millenium, mídia em que trabalha como editor-chefe. Isso causa uma reviravolta em sua carreira e ele perde o caso nos tribunais, fazendo-o tomar a decisão de se afastar de seu trabalho por uns tempos. Enquanto isso, a jovem detetive Lisbeth Salander, mais conhecida por ser uma gótica anti-social, pesquisa a vida de Mikael através de suas fontes secretas e com seu grande conhecimento em hackerar computadores. Essa investigação veio a pedido de Henrik Vanger, famoso industrial sueco que comandou por muitos anos o império das empresas Vanger, que atualmente encontra-se em decadência. Com o detalhado dossiê de Lisbeth, Henrik conhece melhor o jornalista Mikael Blomkvist e o contrata sob o pretexto de que este escreva uma crônica sobre a família Vanger. Na realidade, seu objetivo deve ser outro: investigar o misterioso desaparecimento da sobrinha de Henrik, Harriet Vanger. Longe dos holofotes que o encobriam devido ao escândalo de difamação, Mikael aceitou sua missão, passando a viver na pacata vila de Hedeby, longe da agitada Estocolmo. Na busca incessante de provas e, posteriormente, com a ajuda de Lisbeth Salander, Mikael corre vários riscos ao desencavar segredos da conturbada família Vanger.

Um romance policial que surpreende do começo ao fim e marca a retomada desse interessante gênero literário. "Os homens que não amavam as mulheres" é o primeiro volume da série que compõe a trilogia Millenium, do autor sueco Stieg Larsson. O livro tornou-se best-seller rapidamente, mas Stieg mal experimentou a repecurssão de sua obra: morreu de infarto poucos meses após a publicação. Todos os elementos do livro fazem jus a sua fama, a narrativa que transmite muito bem o mistério que envolve a trama, um romance policial mesclado com a realidade de nosso cotidiano e os personagens muito bem construídos. Destaque para a personagem de Lisbeth Salander que, de tão misteriosa, é apresentada aos poucos, a medida que desenvolve uma intimidade maior com Mikael. O seu comportamento, seu modo de vestir-se e sua genialidade como hacker se contrapõem ao profissional boa pinta Mikael Blomkvist e isso torna a química entre os dois ainda mais interessante. Outro fato que torna a leitura tão envolvente é a busca da solução ao misterioso caso Harriet Vanger, que fazemos junto aos heróis Lisbeth e Mikael. Se ela morreu, desapareceu... ninguém sabe! Trata-se de um caso arquivado que foi iniciado há mais de 40 anos, tornando-se a maior obsessão do milionário aposentado Henrik Vanger... e uma coisa é garantida: quando você começar a ler, essa vai ser sua obsessão também!

A versão sueca para o cinema é muito boa, mas claro, como sempre não supera a leitura do livro. A atriz que interpreta Lisbeth chama-se Noomi Rapaci, e não poderia ter sido outra... logo que você vê o filme, tem aquela sensação do tipo "ufa, não ferraram com a personagem!". Para a versão hollywoodiana (tinha que ter né!) que terá a direção assinada por David Fincher, Mikael será interpretado pelo atual James Bond, Daniel Craig...  a atriz escalada é Rooney Mara, que terá que suar muito a camisa para ficar aos pés de Noomi!

Noomi Rapace - Lisbeth da versäo sueca

Rooney Mara - Lisbeth da versão hollywoodiana

Já estou debulhando o segundo livro da edição, "A menina que brincava com fogo". SENSACIONAL!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Resenha - O Retrato de Dorian Gray

Título: O Retrato de Dorian Gray (The Picture of Dorian Gray)
Autor: Oscar Wilde
Ano: 1891

Esse clássico da literatura inglesa conta a história do jovem Dorian Gray, aristocrata inglês do século XIX que é admirado por todos pela sua beleza. Seu amigo e artista Basil Hallward o tem como principal modelo em suas pinturas e sua obra prima acaba sendo um retrato de Dorian, que capta toda beleza e juventude do rapaz. No ateliê de Basil, Dorian conhece Lord Henry Wotton, outro aristocrata que tem como principal hobby influenciar o comportamento das pessoas através de seu ponto de vista extremamente hedonísta. Aproveitando a ingenuidade de Dorian, Lord Henry logo faz a cabeça do rapaz, tornando-o totalmente obcecado por sua aparência. Então, o momento que conduz toda a trama acontece: Dorian deseja ter sua juventude e boa aparência mantidas para sempre e que todas as marcas do tempo fossem atribuídas ao retrato, e não a ele. Daria tudo por isso, inclusive sua própria alma.

Um livro que Lord Henry emprestou a Dorian exerceu forte influência sobre seus pensamentos, modificando aos poucos seu comportamento. Conhece a jovem e bela atriz de teatro Sybil Vane, apaixonam-se e tornam-se noivos. Porém, sua arrogância o leva a romper com ela e, desiludida, Sybil comete suicídio. Nesse momento, o retrato toma um aspecto cruel e Dorian fica convencido de que nada tem a ver com a morte da noiva. Então, ao olhar seu retrato, percebe que seu desejo virou realidade: a medida que toma atitudes negativas, o retrato vai se modificando, como se na pintura os traços do rosto revelassem os verdadeiros sentimentos de vaidade, orgulho e crueldade do jovem, que na realidade eram ocultos em seu semblante ingênuo e bondoso. Assim, este tornou-se seu segredo mortal e rapidamente deu conta de trancar o retrato num quarto escuso de sua casa. Passou a levar um verdadeiro estilo de vida londrino a la "Amy Winehouse" nos antros da cidade. Mesmo assim, ainda encantava a alta sociedade com o seu charme e era anfitrião de várias festas. O retrato tornou-se um verdadeiro espelho de sua alma e, com o passar do tempo, foi mostrando um Dorian envelhecendo e perdendo toda a beleza da juventude. Por vezes, voltava a ver o retrato para acompanhar suas mudanças. Sentia repulsa, medo e de vez em quando, satisfação.

A partir daí, o livro descreve com muitos detalhes o decorrer da vida de Dorian: enquanto seus amigos e mulheres que ele desilude vão envelhecendo, ele continua assombrosamente jovem. O que acontece no fim das contas com o retrato e com Dorian? Essa é uma curiosidade que leva você a devorar cada página para chegar a esse momento tão esperado... e é por isso mesmo que não vou contar nada aqui ;]

Como vemos, não é de hoje que a humanidade supervaloriza a aparência. A história de Dorian Gray poderia muito bem ser aplicada atualmente, onde pessoas desenfreadamente injetam botox no rosto, puxam aqui, levantam lá, tentando a todo custo ocultar as marcas do tempo... imagine quanto não gastariam por um retrato que tivesse o efeito de manter a juventude!

O autor aproveita o humor ácido do personagem Lord Henry para criticar os costumes da aristocracia inglesa, que por sinal estava em total decadência, e por isso foi até acusado de exercer má influência sobre jovens daquela época. Aliás, o livro, pela sua linguagem rebuscada, pode se tornar um pouco cansativo em alguns trechos e o que nos faz retomar o interesse pela leitura são justamente as declarações irônicas de Lord Henry, como esta: "Para reaver a minha juventude, eu faria tudo no mundo, exceto ginástica, levantar-me cedo, ou ser uma pessoa respeitável".

UPDATE:

Ontem vi a adaptação para o cinema "Dorian Gray", do diretor Oliver Parker, lançada em 2009. Confira o trailer oficial:


Como sempre, compensa muito mais ler o livro, mas o filme não deixa a desejar... segue por um lado mais sombrio e as modificações necessárias para o tempo do longa foram aceitáveis. A escolha de Colin Firth para interpretar o irônico Lord Henry foi excelente! Ele manteve todas as características do personagem, inclusive sua "voz musical". Aliás, a atuação de Colin em "O Discurso do Rei" está digna do Oscar!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

As Heroínas de Sidney Sheldon

Falar de Sidney Sheldon em um blog de livros é como falar de John Lennon num blog de rock, pois é pouco provável que alguém não o conheça ou não goste de seu trabalho. O talento de ambos ficou eternizado em suas obras, inspirando fãs e principalmente aspirantes à mesma carreira. Há poucos anos este autor de livros que marcaram gerações faleceu e é incrível como até hoje suas histórias conquistam novos leitores. Mas o que fascina tanto as pessoas, que torna cada obra tão especial? Quem já leu mais de três livros dele até sabe a resposta: As heroínas de seus livros. Todas, de um jeito muito particular, prendem a nossa atenção. Torcemos, ficamos com raiva, voltamos a torcer, nos surpreendemos... uma coisa que você nunca sentirá, ao ler livros do Sheldon, é tédio. De uma página para outra, a história pode ter uma reviravolta incrível e o seu interesse e curiosidade pelos novos rumos que o enredo toma vão aumentando cada vez mais, tornando-se um vício frenético e que, se o tempo permitir, leva você a devorar os livros em apenas um dia!

Obs.: A partir daqui, pequenos spoilers surgirão.. então, se ainda não teve o prazer de ler os livros do Sidney Sheldon, fica o aviso ;)

Agora, nessa sessão nostalgia, vamos relembrar as facetas de suas tão admiráveis heroínas. É quase impossível destacar uma preferida e principalmente um livro que goste mais... mas a Tracy Whitman de "Se Houver Amanhã" com certeza foi a mais surpreendente... tanto a personagem como o livro são fantásticos!


A trajetória de Tracy, no princípio uma simples bancária sonhadora e com planos de casar-se, não é nada previsível. Se tem uma mulher que se revoltou com as circunstâncias da vida, essa mulher é a Tracy! Tudo que ela queria e batalhou para ter se torna um tremendo pesadelo, ao envolver-se por um engano com a Máfia. É abandonada grávida pelo noivo e, daí em diante, vive o diabo na prisão. É estuprada pelas companheiras de cela, perde seu bebê e o que menos parece que terá em sua vida é um amanhã. Concentrando-se ao máximo para não surtar, consegue liberdade após um tempo por sua boa conduta. Mas novamente a vida é implacável para com ela, levando-a a inverter as regras do jogo, trazendo a tona seu talento para falsificação e roubo, contando com ex-colegas da prisão. O mais interessante é a rivalidade que ela cria com Jeff Stevens, outro especialista em roubos, e quase sempre dividem a mesma missão e a mesma cena sem querer. Foi assim, depois de muita tensão e concorrência, que o destino dos dois acabou se cruzando... e juntos formaram uma dupla de ladrões imbatível!

As demais heroinas vão ganhar uma descrição mais resumida... porque vale mesmo a pena conhecê-las através dos livros!

Jennifer Parker (A Ira dos Anjos) - história de uma advogada determinada, onde mais uma vez notamos a influência da Máfia nos livros de Sidney Sheldon... por livre e expontânea pressão, Jennifer defende a causa de mafiosos ao surpreendê-los com seu talento nos tribunais.

Catherine Douglas (O Outro Lado da Meia Noite) - torna-se vítima em um interessantíssimo triângulo amoroso com Larry Douglas e Noelle Page. Confesso que, durante a leitura, algumas vezes torci pela Noelle porque ela também teve seus motivos para se vingar e uma trajetória difícil... mas depois, fica rica e muito arrogante.

Kate Blackwell (O Reverso da Medalha) - Empresária que administra com mão de ferro os negócios da família, que começaram com campos de diamantes que seu pai descobrira na África, dando continuidade a um grande grupo de multinacionais. Mas, tão boa em manipular os negócios, é melhor ainda em manipular as pessoas, principalmente seu próprio filho. Isso traz várias situações de tensão na história, revelando a heroína Kate com um lado de vilã.

Megan (As Areias do Tempo) - Uma pequena garota que foi deixada num orfanato na Espanha, mas que não tinha traços nenhum de espanhola. Acabou ingressando em um dos conventos mais rígidos do mundo, em que as freiras fazem votos eternos de silêncio. Mas a invasão dos soldados no convento, que perseguiam os revolucionários bascos, faz com que ela fuja com um pequeno grupo de freiras e se depare com um mundo agitado que havia renunciado há 14 anos. Para sua própria surpresa, admirava cada vez mais as aventuras que vivia, principalmente quando juntou-se a um dos líderes bascos, Jaime Miró. No meio de tanta confusão, se depara com a questão que por anos despertava sua curiosidade - quem eram seus pais, de onde tinha vindo... e tudo fica mais emocionante ainda! Na realidade a história foca tanto a vida de Megan como das demais freiras - a italiana Lúcia Carmine, que entrou no convento apenas para despistar a polícia; irmã Teresa, a mais feia e velha de todas, porém com uma linda voz e que era perturbada por uma desilusão amorosa; irmã Graciela, a mais bela de todas que possuía um passado traumático com o namorado de sua mãe - e principalmente sua mãe que era muito violenta.

Dana Evans (O Céu Está Caindo) - Uma jornalista que também apareceu como coadjuvante em um livro anterior de Sidney Sheldon, "O Plano Perfeito", mas agora ganha o merecido papel de protagonista. Famosa por sua cobertura na guerra de Saravejo, onde adotou o pequeno Kemal que havia perdido toda a sua família e um braço durante um bombardeio, Dana depara-se com um mistério que envolve uma série de assassinatos de membros da rica família Winthrop. Como âncora de um telejornal, não se contenta apenas em noticiar os fatos e parte para uma jornada de investigações ao redor do mundo a fim de descobrir a causa de tais assassinatos, que eram sempre encobertos. Conta com a ajuda de alguns amigos, mas, que no fim... alguns revelam ser verdadeiros inimigos e a conduzem para uma série de armadilhas. Não podendo contar com a confiança de praticamente ninguém, tem que lutar para salvar sua própria vida e ainda dar conta de desvendar todo esse mistério.

(Obs.: Esses dois últimos ficaram um pouco mais longos, porque foram os que li recentemente e estão mais frescos na memória :P)

Enfim, há várias outras heroínas com histórias fascinantes a serem citadas, como Elizabeth Roffe (A Herdeira), a médica Paige Taylor (Nada Dura para sempre)... mas isso levaria páginas e mais páginas! Então, participe com suas opiniões sobre as heroínas citadas e as demais!

Ah, e não vejo a hora de ler a continuação de "O Reverso da Medalha", com o nome "A Senhora do Jogo". Será que a autora, Tilly Bagshawe, conseguiu manter o mesmo nível de qualidade do saudoso Sheldon?

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

E-reader: por uma leitura mais prática!

Que fique claro: não estou sendo pago pela Amazon para fazer propaganda! Mas então, já faz um tempo que comprei um Kindle, e não me arrependo de cada centavo que investi! Pra quem curte ler, mas tem preguiça de ficar carregando livro, ou pegar na biblioteca e esquentar a cabeça para renovar o pedido (peraí, esse sou eu!) o e-reader é a solução! Se for apenas para ler e não fazer outras firulas, o Kindle (que será utilizado como exemplo por ser um dos mais populares) é ideal: gasta pouca bateria, armazena cerca de 3.000 livros, toca mp3, acessa a web, porém... tudo em escalas de cinza, o que não se torna um problema para quem realmente só quer saber de ler. O melhor de tudo são as dimensões e a leveza do brinquedo, dá pra ler deitado sossegado segurando o Kindle com uma mão só! Além disso, não cansa a vista pois a tela não emite luz! E tem mais (tá parecendo clichê de propaganda, eu sei, mas vale a pena destacar isso), você pode comprar uma capa que vem com uma pequena luminária de LED para você enxergar os livros na penumbra! E sim, eu realmente sou um cliente satisfeito com o Kindle /o/

Agora, se o seu negócio é também ver filmes, jogar, acessar a web entre outras facetas, tudo isso em cores, melhor tirar o escorpião do bolso e adquirir um IPad. Conheço fetichistas de tecnologia que compraram e não escondem o sorriso no rosto ao brincar com esse tablet da Apple. Só para a leitura que deixa de ser confortável pelo peso e tamanho maiores e pela tela emitir luz, mas possui uma ótima funcionalidade para e-books!

Mas não podemos esquecer dos leitores mais clássicos que preferem sentir a textura, o cheiro do papel.. encher suas estantes com coleções de livros... para um hipocondríaco como eu, isso significa juntar pó, mas a Carólis mesmo é dessa turma nostálgica do livro impresso!

Já que falamos de tendências de leitura, aproveito para convidar vocês a responderem a enquete aí na lateral do blog. Pra você, o que significa a vinda desse mercado de e-books, e-readers, e-mais-um-monte-de-coisa? Participe e também compartilhe sua opinião aqui nesse post ;]

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Sinopse - Louco aos poucos

A editora ID lançará nesse mês o livro "Louco aos poucos". Vale a pena conferir a sinopse dessa história literalmente louca!

Sinopse:

Cameron Smith tem 16 anos e foi diagnosticado com a chamada “doença da vaca louca”. Ele vai morrer.

Um encontro com Dulcie, uma garota-anjo-punk, o convence a partir em busca da cura. De quebra, ele terá apenas de salvar o mundo.

Como ajudantes, terá Gonzo, um garoto anão neurótico, e Balder, um deus viking aprisionado no corpo de um gnomo de jardim.

Junte-se a eles numa viagem repleta de questões profundas – e rasas também – que mostram que a vida não passa de uma jornada psicodélica que vale a pena.

LIBBA BRAY nasceu no Alabama, morou no Texas até os 26 anos, onde se formou em teatro, e hoje vive no Brooklyn, em Nova York, com o marido, um filho e dois gatos. Ela é a autora da trilogia de Gemma Doyle, além de vários contos, sobre os mais diversos temas, que vão das apresentações da banda setentista Cheap Trick aos devotos do The Rocky Horror Picture Show, passando por um encontro de satanistas durante as férias de verão. Seu maior sonho é deixar de ser um desastre na bateria para melhorar a performance de sua banda de rock.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Resenha - O Apanhador no Campo de Centeio

Título: O Apanhador No Campo De Centeio
Autora: J. D. Salinger
Gênero: Romance
Ano de lançamento: 1951

Sinopse: Um garoto americano de 16 anos relata com suas próprias palavras as experiências que ele atravessa durante os tempos de escola e depois. Revela o que se passa em sua cabeça. O que será que um adolescente pensa sobre seus pais, professores e amigos?

Esse livro é bom pra burro! No duro mesmo! Li e curti o troço todo! É com esse vocabulário caulfieldiano que começo a resenha dessa obra que me surpreendeu do começo ao fim. Um daqueles livros que você sabe que existe a trocentos anos e sempre ouve falar bem dele... mas, por sórdidos golpes do destino, acaba não lendo! Foi assim com "O Apanhador". Depois de muito tempo, finalmente li o dito cujo e posso afirmar que o livro é mesmo excelente!

Mesmo tendo sido escrito há mais de meio século, o protagonista Holden Caufield é uma figurinha que nunca ficará ultrapassada. O adolescente rebelde, que não se conforma com alguns fatos da realidade e fica facilmente deprimido. Quem lê, logo se identifica e lembra: putz, eu já fui assim!

Pesquisei mais sobre o livro e descobri uma coisa muito interessante: ele foi o pontapé inicial para o conceito de adolescência. Antes, esta era considerada apenas uma transição da infância à fase adulta, que ninguém reparava muito. Foi assim que J.D. Salinger conseguiu, da melhor forma possível, descrever o que sente um adolescente que é sufocado pelo mundo que o cerca.

O livro é narrado na primeira pessoa de Caulfield, que nos faz trocar de opinião toda hora sobre seu caráter. Uma hora, achamos que ele realmente é injustiçado. De repente, percebemos que ele é um cara mimado que só sabe encher o saco dos outros para não morrer de tédio. E logo nos surpreendemos, quando ele tem gestos de solidariedade com algumas pessoas. Expulso do colégio interno pela terceira vez, Caulfield não tem a mínima vontade de encarar a decepção dos pais. Para adiar tal momento, fica torrando seu dinheiro nas ruas de Nova Iorque e sempre buscando se relacionar com pessoas, que acabam não sendo boas o suficiente para ele. A irmãzinha Phoebe é o porto seguro dele. Só de falar nela, ele nem parece o mesmo revoltado de sempre. De certa forma, parece que ele faz isso para se redimir das burradas que comete, amando demais a irmã enquanto não suporta seus pais e outras pessoas.

Voltando à realidade, outro fato curioso é que o assassino de John Lennon carregava esse livro após cometer o crime, quando foi encontrado pela polícia... e antes, até pediu para o ex-beatle autografar a capa. Outro fã do livro era o cara que tentou atirar no ex-presidente americano Ronald Reagan. Caraca! Esse livro parece inspirar psicopatas hein! Mas fiquem tranquilos que estou longe de ser um rsrs. E se você não tiver nenhum histórico nesse sentido, recomendo (E MUITO) a leitura!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

De olho na telona: Entre Segredos e Mentiras

Entre Segredos e Mentiras - 2010
(All Good Things)
Dirigido por Andrew Jarecki

Muitas vezes uma herança pode se tornar uma verdadeira maldição. É nesse sentido que o filme "Entre Segredos e Mentiras" nos mostra a história de David (Ryan Gosling), um jovem sem grandes ambições, que se casa com Katie (Kirsten Dunst), moça simples que pretende estudar medicina. Juntos, realizam o sonho de David que era conduzir seu próprio negócio, uma loja de produtos naturais. Porém, ele é forçado a aderir a pressão de seu pai, Sanford Marks (Frank Langella), e comandar os negócios milionários de sua família. Daí, se desenrola uma série de fatos decorrentes da tensão entre pai e filho, sendo Katie a principal vítima dessa história toda.

Um drama muito bem elaborado e com uma pitada de suspense. Desde "Um Crime de Mestre" tinha achado Ryan Gosling um ótimo ator e, nesse longa, mais uma vez pude confirmar isso. Já a Kirsten, ainda não tinha me surpreendido como atriz... mas até que não deixou a desejar no papel da sofrida Katie, digo SOFRIDA mesmo. Por David, ela abre mão do próprio sonho de ser mãe e de estudar medicina, apanha, é enganada... por aí vocês vêem que o caráter de David já não é o que aparentava como na descrição que fiz no começo. Quando tudo de ruim já aconteceu com Katie, vem o pior... mas se você quer assistir sem saber o final antes, melhor pular o próximo parágrafo!

O pai de David é o diabo em forma de gente! Claro que os atos insanos do David não são justificáveis, mas em grande parte a criação que o velho deu para ele influenciou sua personalidade, com uma infância traumática e tudo mais. Esse tipo de história já não é novidade na ficção e nem na realidade, tanto que o filme é inspirado na história real de Robert Durst, filho de uma nobre família de Nova Iorque acusado pelo desaparecimento de sua esposa (pronto estraguei o final uehuehuhe). 

Pela atual leva de Hollywood, que tem apresentado filmes de ação com enredos fracos e algumas comédias sem graça, esse filme é uma ótima opção! Mesmo que alguns acontecimentos sejam previsíveis, o ritmo das cenas e os diálogos são muito bons. Além disso conta com a participação pequena, porém como sempre excelente, da atriz Kristen Wiig... bom, sou suspeito pra falar, pq na minha opinião ela é a melhor comediante de Saturday Night Live e tem se mostrado ótima em outros papéis.

Falando nisso, quem é fã do humor nonsense de SNL com certeza irá curtir o filme "MacGruber" (2010) que, pra variar, levou um tosquíssimo nome aqui no Brasil: "Corram que o agente voltou". O filme é baseado no quadro do SNL com esse mesmo nome, uma sátira engraçadíssima do seriado oitentista "MacGyver". A comédia tem várias cenas ótimas, mas todas que contam com a participação da Kristen Wiig são de longe as melhores... ela interpreta a Vicky, que é apaixonada pelo MacGruber e tem o mesmo estilão cafona dele, a la anos 80. Destaque para o método que MacGruber usa para distrair os inimigos, mas isso eu não posso contar... vale mesmo a pena conferir!