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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Resenha - O Retrato de Dorian Gray

Título: O Retrato de Dorian Gray (The Picture of Dorian Gray)
Autor: Oscar Wilde
Ano: 1891

Esse clássico da literatura inglesa conta a história do jovem Dorian Gray, aristocrata inglês do século XIX que é admirado por todos pela sua beleza. Seu amigo e artista Basil Hallward o tem como principal modelo em suas pinturas e sua obra prima acaba sendo um retrato de Dorian, que capta toda beleza e juventude do rapaz. No ateliê de Basil, Dorian conhece Lord Henry Wotton, outro aristocrata que tem como principal hobby influenciar o comportamento das pessoas através de seu ponto de vista extremamente hedonísta. Aproveitando a ingenuidade de Dorian, Lord Henry logo faz a cabeça do rapaz, tornando-o totalmente obcecado por sua aparência. Então, o momento que conduz toda a trama acontece: Dorian deseja ter sua juventude e boa aparência mantidas para sempre e que todas as marcas do tempo fossem atribuídas ao retrato, e não a ele. Daria tudo por isso, inclusive sua própria alma.

Um livro que Lord Henry emprestou a Dorian exerceu forte influência sobre seus pensamentos, modificando aos poucos seu comportamento. Conhece a jovem e bela atriz de teatro Sybil Vane, apaixonam-se e tornam-se noivos. Porém, sua arrogância o leva a romper com ela e, desiludida, Sybil comete suicídio. Nesse momento, o retrato toma um aspecto cruel e Dorian fica convencido de que nada tem a ver com a morte da noiva. Então, ao olhar seu retrato, percebe que seu desejo virou realidade: a medida que toma atitudes negativas, o retrato vai se modificando, como se na pintura os traços do rosto revelassem os verdadeiros sentimentos de vaidade, orgulho e crueldade do jovem, que na realidade eram ocultos em seu semblante ingênuo e bondoso. Assim, este tornou-se seu segredo mortal e rapidamente deu conta de trancar o retrato num quarto escuso de sua casa. Passou a levar um verdadeiro estilo de vida londrino a la "Amy Winehouse" nos antros da cidade. Mesmo assim, ainda encantava a alta sociedade com o seu charme e era anfitrião de várias festas. O retrato tornou-se um verdadeiro espelho de sua alma e, com o passar do tempo, foi mostrando um Dorian envelhecendo e perdendo toda a beleza da juventude. Por vezes, voltava a ver o retrato para acompanhar suas mudanças. Sentia repulsa, medo e de vez em quando, satisfação.

A partir daí, o livro descreve com muitos detalhes o decorrer da vida de Dorian: enquanto seus amigos e mulheres que ele desilude vão envelhecendo, ele continua assombrosamente jovem. O que acontece no fim das contas com o retrato e com Dorian? Essa é uma curiosidade que leva você a devorar cada página para chegar a esse momento tão esperado... e é por isso mesmo que não vou contar nada aqui ;]

Como vemos, não é de hoje que a humanidade supervaloriza a aparência. A história de Dorian Gray poderia muito bem ser aplicada atualmente, onde pessoas desenfreadamente injetam botox no rosto, puxam aqui, levantam lá, tentando a todo custo ocultar as marcas do tempo... imagine quanto não gastariam por um retrato que tivesse o efeito de manter a juventude!

O autor aproveita o humor ácido do personagem Lord Henry para criticar os costumes da aristocracia inglesa, que por sinal estava em total decadência, e por isso foi até acusado de exercer má influência sobre jovens daquela época. Aliás, o livro, pela sua linguagem rebuscada, pode se tornar um pouco cansativo em alguns trechos e o que nos faz retomar o interesse pela leitura são justamente as declarações irônicas de Lord Henry, como esta: "Para reaver a minha juventude, eu faria tudo no mundo, exceto ginástica, levantar-me cedo, ou ser uma pessoa respeitável".

UPDATE:

Ontem vi a adaptação para o cinema "Dorian Gray", do diretor Oliver Parker, lançada em 2009. Confira o trailer oficial:


Como sempre, compensa muito mais ler o livro, mas o filme não deixa a desejar... segue por um lado mais sombrio e as modificações necessárias para o tempo do longa foram aceitáveis. A escolha de Colin Firth para interpretar o irônico Lord Henry foi excelente! Ele manteve todas as características do personagem, inclusive sua "voz musical". Aliás, a atuação de Colin em "O Discurso do Rei" está digna do Oscar!

2 comentários:

  1. Todo mundo diz que esse é um dos clássicos da literatura mais pop que tem, pois é muito próximo da nossa realidade... eu tenho em casa, mas até agora... nada =/

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  2. clássico pop descreve bem o livro! Vale muito a pena ler ;)

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