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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Resenha - Os Filmes da Minha Vida

Título: Os Filmes da Minha Vida

Editora: Imprensa Oficial

Autores: Leon Cakoff, Hubert Alquéres, Rubens Ewald Filho, Carlos Reichenbach, Daniela Thomas, Bruno Barreto, Inácio Araújo, Helena Ignez, Marco Bechis, Hector Babenco, Renata de Almeida - organizado por Leon Cakoff

Nota: *****

Sinopse

A publicação reúne depoimentos de críticos, diretores e pessoas ligadas ao cinema – Leon Cakoff, Rubens Ewald Filho, Carlos Reichenbach, Daniela Thomas, Bruno Barreto, Inácio Araújo, Helena Ignez, Marco Bechis, Hector Babenco e Renata de Almeida e o diretor-presidente Hubert Alquéres. Eles participaram dos encontros Os Filmes da Minha Vida durante a Mostra Internacional de Cinema no ano de 2008.

Tão interessante quanto assistir a grandes filmes é compartilhar as experiências que eles nos proporcionam. O que dizer então das experiências de quem vive no meio cinematográfico? Com essa proposta, o livro "Os Filmes da Minha Vida"realmente prende a atenção, ainda mais quando nos identificamos com os relatos descritos pelos autores. E de brinde, um belo encarte envolve a capa do livro, composto por pôsteres dos filmes citados. Um belo presente para um cinéfilo!

Um dos depoimentos que mais me identifiquei foi sobre o filme "Cidadão Kane". Quem estuda e trabalha com comunicação, sabe a importância deste filme tanto na perfeita descrição do poder das mídias como nas técnicas de fotografia que foram um marco na história do cinema. Ao mesmo tempo, outros filmes têm seus destaques merecidos, como Pulp Fiction, Laranja Mecânica, Taxi Driver e Poderoso Chefão.

O livro também ajuda a quebrarmos os tabus com relação a filmes europeus, que geralmente são tachados de chatos, cansativos e parados, justamente por serem de aspecto mais contemplativo. Através deste ponto de vista, os autores nos chamam a atenção para uma realidade crescente em Hollywood: o excesso de efeitos visuais e a falta de bons roteiros. Com a produção acelerada de filmes comerciais, o espectador é bombardeado de cenas impressionantes visualmente, mas com conteúdos que não agregam nenhum valor intelectual que lhe permita uma maior reflexão.

Pra quem gosta de cinema como eu, é uma leitura que não deixa a desejar! Através desta conheci alguns filmes que me surpreenderam, como "Um Clarão nas Trevas" (1967, dirigido por Terence Young) que traz Audrey Hepburn em uma excelente atuação como uma mulher cega que tem sua casa invadida por ladrões e, para defender-se, quebra todas as lâmpadas fazendo com que tudo fique escuro e assim conta vantagem sobre os ladrões ao mover-se com facilidade mesmo sem enxergar. Mais uma vez, um roteiro muito bem feito para um longa sem grandes espetáculos visuais, que foi rodado na maior parte do tempo em apenas uma locação, a casa da protagonista.

Todos os filmes citados pelos autores estão muito bem organizados e expostos no final do livro, para que possamos assistí-los e tirarmos nossas próprias conclusões. Em alguns casos não concordei com certos depoimentos que exaltavam filmes como os de Godard, mas apesar disso acabei reconhecendo a importância que estes tiveram nos novos rumos que o cinema tomou mundialmente, como o surgimento do cinema novo no Brasil (falando nisso, Deus e o Diabo na Terra do Sol é destaque logo no encarte da capa!).

Enfim, o que mais apreciei no livro foi justamente sua proposta, de como cada cineasta relaciona os filmes de outros e, principalmente, suas próprias produções às suas experiências de vida, conforme depoimento de Bruno Barreto: "Para contar uma boa história, é preciso viver."

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